terça-feira, 4 de outubro de 2016



Violência atinge 42% dos alunos da rede pública


Cerca de 25% dos casos de agressão foram seguidos de roubo e furto dentro da escola. Os dados englobam também violência verbal e agressão por meio digital

BEATRIZ MORRONE (TEXTO) E FLÁVIA YURI OSHIMA (EDIÇÃO)
25/03/2016 - 09h00 - Atualizado 25/03/2016 09h00


violência verbal ou física atingiu 42% dos alunos da rede públicanos últimos 12 meses. É o que revela uma pesquisa realizada pelaFaculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o Ministério da Educação e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI). Esta é a primeira edição da pesquisa que, entre janeiro e novembro de 2015, ouviu 6.709 estudantes, de 12 a 29 anos, em sete capitais brasileiras: Maceió, Fortaleza, Vitória, Salvador, São Luís, Belém e Belo Horizonte. Todas elas apresentaram, segundo o Mapa da Violência de 2014, taxas de homicídio entre jovens maiores que a média nacional (82,7 homicídios por 100 mil jovens).
Criança e violência: pesquisa identifica atos de violência na escola  (Foto: Think Stock/Getty Images)
O estudo considerou violência não apenas agressões físicas e homicídios, fatos que, apesar de existirem, são menos recorrentes.Discriminação, ameaças e xingamentos, muitas vezes confundidos com brincadeiras, também são considerados atos violentos e podem evoluir para agressões mais graves. Todas elas contribuem para tornar o ambiente escolar hostil.
De acordo com 70% dos alunos, houve algum tipo de violência na escola em que estudam no último ano. Entre os violentados, 65% apontaram um colega como agressor. Mais de 15% alegaram que a agressão partiu dos próprios professores. Entre os tipos de violência praticada, o cyberbullying – que engloba intimidações na internet e em aplicativos de conversa – representa 28% dos casosRoubo e furto representam 25% dos casos e ameaças, 21%.
Para a socióloga Míriam Abramovay, coordenadora da pesquisa, um dos dados mais chocantes é sobre o local onde mais ocorrem os episódios violentos. É na sala de aula, que deveria ser um lugar protegido, que acontecem 25% das ocorrências – o mesmo percentual dos pátios. Em segundo lugar, estão os corredores, com 22%.
A pesquisa se deu em duas etapas. Em uma delas, estudantes de 140 escolas públicas sorteadas responderam a questionários que originaram os dados percentuais. A outra foi desenvolvida pelos próprios alunos, num diagnóstico participativo, assim chamado pelo estudo . Cerca de 10 jovens por escola foram orientados por professores para pontuar em cadernos de campo características do cotidiano escolar. O objetivo era torná-los pesquisadores de sua própria realidade. “Os jovens têm um olhar especial sobre suas escolas, o que, muitas vezes, adultos e pesquisadores não têm”, diz Míriam.
Os relatórios produzidos tornaram evidente a importância de se olhar além dos episódios violentos. Salas de aulas quentessem iluminação e superlotadas foram apontadas pelos alunos como responsáveis por tornar o ambiente escolar propício para o surgimento de conflitos. “Infraestrutura, conjunto de regras da instituição e relações interpessoais constituem o chamado clima escolar, que, quando deficitário, interfere nas taxas de violência”, afirma a pesquisadora.
Com 15 anos de experiência em pesquisas sobre violência nas escolas, Míriam relaciona os altos índices da pesquisa à dificuldade que as instituições têm de se adequar à realidade e às necessidades dos alunos. “A escola continua seguindo um modelo do século retrasado. Ela não é feita para esses alunos, não tem a ver com o que eles querem e pensam.”
Assim, o conceito por trás do diagnostico participativo é uma forma de começar a melhorar a realidade escolar. Quando estudantes debruçam sobre seu cotidiano – e põe no papel o que observam – passam a exercitar o senso crítico e a ampliar a visão sobre o que é violência, com suas causas e consequências. “O objetivo é mostrar que jovens podem opinar, participar e ajudar na solução dos problemas da escola”, afirma Míriam.
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/03/violencia-atinge-42-dos-alunos-da-rede-publica.html. Pesquisa realizada em 04 de outubro de 2016 às 23:05min.
Cinthia Lamblet Mat.14112080102
Natália Lemos Mat. 14112080092
Michelle Marins Mat. 11112080208

5 comentários:

  1. Olá, Grupo!

    Percebemos, na reportagem, que a violência nas escolas acontece de diversas maneiras. A notícia também enfatiza a importância de uma gestão escolar democrática que procure dialogar com os seus alunos, promover debates com os educandos, família e comunidade.É imprescindível considerar o contexto sociocultural no qual os alunos estão inseridos, realizando um diagnóstico da situação vivida por eles.
    Um abraço!
    Comentário postado por: Carina Moreira matr: 14112080105

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  2. Índices tristes e alarmantes,tenho amiga que faz tratamento psicológico pois enfrentou uma situação difícil em sala de aula.A concientização acredito que seja um caminho ... porem longo,mas necessário.

    Nathalia Placido - 14112080120 - Nova Friburgo

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    1. A escola, Nathalia é o reflexo da sociedade, pois ela funciona da mesma forma. Portanto, o gestor tem que administrar muito bem a interação com a comunidade em que a escola está inserida para evitar problemas como da sua amiga.
      Sandra Helena Ferreira - mat. 14112080115

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    2. Sim, Sandra! Muito boa a sua colocação! Inúmeros são os desafios que o gestor enfrenta, mas acredito que o engajamento da escola, família e comunidade poderá minimizar os efeitos maléficos que a violência provoca.
      A escola é um excelente espaço para esta construção!
      Um abraço!
      Comentário postado por: Carina Moreira/Matrícula: 14112080105

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  3. Boa Noite!
    Para a consolidação da cultura da paz e construção de hábitos de diálogo e de respeito todos os envolvidos no processo educacional somem forças para que seja possível conviver em um ambiente escolar harmonioso e seguro. Essa prática deve ser incorporada no currículo escolar, tornando-se parte do cotidiano.

    Comentário postado por: ANA CRISTINA DOS SANTOS
    MATR.: 141.120.801.07

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